quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Deus Sabe

Deus Sabe

Quando você está cansado e desencorajado por esforços que não deram frutos, Deus sabe o quanto você tentou.
Quando você chorou por longo tempo, com o coração cheio de angústia, Ele contou suas lágrimas.
Se você sente que sua vida está perdida, e que muito tempo também se perdeu, Ele está confortando você.
Quando você está solitário, e seus amigos estão muito ocupados para um simples telefonema, Ele acompanha você.
Quando você sente que já tentou de tudo, e não sabe por onde recomeçar, Ele tem a solução.
Quando nada mais faz sentido, e você se sente frustrado e deprimido, Ele tenta lhe mostrar respostas.
Se de repente, tudo lhe parece mais brilhante, e você percebe uma luz de esperança, nesse momento, Ele soprou nos seus ouvidos.
Quando as coisas vão bem, e você tem muito para agradecer, Ele está festejando com você.
Quando algo lhe traz muita alegria, e você se sente refortalecido, Ele está sorrindo para você.
Quando você tem um propósito a cumprir, e um sonho para seguir, Ele abre seus olhos e o chama pelo nome.
Lembre-se que onde você estiver, seja na tristeza ou na felicidade, mesmo que ninguém mais saiba, Deus sabe!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Desuso


Desuso

Acho que desuso é motivo para desvanecer amizades, amores, casamentos. Quando a pessoa se cala, porque tem certeza que o outro vai compreender o silêncio. Quando a pessoa deixa de dizer:
--Como vai? Tudo bem?
E passa a dizer:
--Oi...
E, recebe como resposta, um outro:
--Oi...
Isso não é só economia de palavras, é desinteresse pela resposta.
As pessoas estão deixando de perguntar:
--Como vai você ?...
Pois isso pode nos fazer saber, que o outro não vai muito bem.
Adoramos abrir a caixa de correio eletrônico e encontrar uma mensagem carinhosa.
Mas, parece tão difícil responder:
--Obrigado!!!
E, nem mesmo teremos que endereçar. O computador faz tudo por nós. Só precisamos ter vontade de agradecer e retribuir a gentileza. Temos certeza, que o remetente sabe que gostamos. Só o que não sabemos é, que no futuro, elevai deixar de nos enviar mensagens porque, também, tem certeza que não iremos responder.
Sou daquelas pessoas que consegue perceber, nas palavras, intenções não expressas. Não consigo porém, descobrir as intenções de um silêncio.
Quando deixo de usar seu nome, seu email, o número de seu telefone... deixo de usar a memória.
Por falta de uso, seu nome, seu email e seu telefone, ficam guardados em um caderninho de endereços, junto a muitos outros, que por desuso, não guardo mais na memória.

(A.D.)

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Destino

Destino

Passamos por momentos de plena felicidade em nossa vida. Momentos estes que nos marcam de uma forma surpreendente, e nos transformam, nos comovem, nos ensinam e muitas vezes, nos machucam profundamente.
As pessoas que entram em nossa vida, sempre entram por alguma razão, algum propósito. Elas nos encontram ou nós as encontramos meio que sem querer, não há programação da hora em que encontraremos estas pessoas.
Assim, tudo o que podemos pensar é que existe um destino, em que cada um encontra aquilo que é importante para si mesmo.
Ainda que a pessoa que entrou em nossa vida, aparentemente, não nos ofereça nada, mas ela não entrou por acaso,não está passando por nós apenas por passar. O universo inteiro conspira para que as pessoas se encontrem e resgatem algo com as outras.
Discutir o que cada um nos trará, não nos mostrará nada, e ainda nos fará perder tempo demais desperdiçando a oportunidade de conhecer a alma dessas pessoas. Conhecer a alma significa conhecer o que as pessoas sentem, o que elas realmente desejam de nós, ou o que elas buscam no mundo, pois só assim é que poderemos tê-las por inteiro em nossa vida.
A amizade é algo que importa muito na vida do ser humano, sem esse vínculo nós não teríamos harmonia e nem paz. Precisamos de amigos para nos ensinar, compartilhar, nos conduzir, nos alegrar e também para cumprirmos nossa maior missão na terra: "Amar ao próximo como a si mesmo". E para que isso aconteça, é preciso que nos aceitemos em primeiro lugar, e depois olhemos para o próximo e enxerguemos o nosso reflexo.
Essas pessoas entram na nossa vida, às vezes de maneira tão estranha, que nos intrigam até. Mas cada uma delas é especial, mesmo que o momento seja breve, com certeza elas deixarão alguma coisa para nós. Observe a sua vida, comece a recordar todas as pessoas que já passaram por você, e o que cada uma deixou.
Você estará buscando a sua própria identidade, que foi sendo construída aos poucos, de momentos que aconteceram na sua vida, e que até hoje interferem em seu caminho. Aproveite para conquistar uma pessoa a cada dia, dar a elas a sua maior atenção, e fazer com que você também seja algo muito importante na vida dessas pessoas. Quando sentir que alguém não lhe agrada, dê uma segunda chance de conhecê-lo melhor. Você poderá ter muitas surpresas cedendo mais uma oportunidade.
Quando sentir que alguém é especial para você, diga a ele o que sente, e terá feito um momento de felicidade na vida de alguém. Não deixe para fazer as coisas amanhã, poderá ser tarde demais. Faça hoje tudo o que tiver vontade.
Abrace o seu amigo, os seus irmãos, os seus filhos. Dê um sorriso para todos, até ao seu inimigo. Se estiver amando, ame pra valer, viva cada minuto deste amor, sem medir esforços. Seja alegre todas a manhãs, mesmo que o dia não prometa nada de novo.
Planeje o seu destino! Sopre aos ventos os seus sonhos, eles irão se espalhar pelos ares e voltar a você em forma de realidade.
Preste bastante atenção em todas as pessoas, elas poderão estar trazendo a sua tão esperada FELICIDADE .

(A.D.)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Decifra-me


Decifra-me

Não venha me falar de razão, não me cobre lógica, não me peça coerência. Eu sou pura emoção, tenho razões e motivações próprias, sou movido por paixão.
Essa é minha religião e minha ciência, não meça meus sentimentos. Nem tente compará-los a nada, deles sei eu. Eu e meus fantasmas, eu e meus medos, eu e minha alma.
Sua incerteza me fere, mas não me mata. Suas dúvidas me açoitam, mas não deixam cicatrizes.
Não me fale de nuvens, eu sou Sol e Lua. Não conte as poças, eu sou mar, profundo, intenso, passional.
Não exija prazos e datas, eu sou eterno e atemporal, Não imponha condições, eu sou absolutamente incondicional.
Não espere explicações, não as tenho, apenas aconteço. Sem hora, local ou ordem, vivo em cada molécula.
Sou o todo e sou uno, você não me vê, mas me sente. Estou tanto na sua solidão, quanto no meu sorriso.
Vive-se por mim, morre-se por mim, sobrevive-se sem mim. Eu sou começo e fim, e todo o meio.
Sou seu objetivo, sua razão que a razão ignora e desconhece. Tenho milhões de definições, todas certas, todas imperfeitas. Todas lógicas apenas em motivações pessoais, todas corretas, todas erradas.
Sou tudo, sem mim, tudo é nada. Sou amanhecer, sou Fênix, renasço das cinzas. Sei quando tenho que morrer, sei que sempre irei renascer. Mudo protagonista, nunca a história. Mudo de cenário, mas não de roteiro.
Sou música, ecôo, reverbero, sacudo. Sou fogo. queimo, destruo, incinero. Sou água, afogo, inundo, invado. Sou tempo, sem medidas, sem marcações. Sou clima, proporcional a minha fase. Sou vento, arrasto, balanço, carrego. Sou furacão, destruo, devasto, arraso, mas sou tijolo, construo, recomeço. Sou cada estação, no seu apogeu e glória. Sou seu problema e sua solução. Sou seu veneno e seu antídoto. Sou sua memória e seu esquecimento.
Eu sou seu reino, seu altar e seu trono. Sou sua prisão, sou seu abandono. Sou sua liberdade, sua luz, sua escuridão e seu desejo de ambas. Velo seu sono. Poderia continuar me descrevendo, mas já te dei uma idéia do que sou.
Muito prazer, tenho vários nomes, mas aqui, na sua terra chamam-me de AMOR.

(A.D.)

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Cuidar para amar

Cuidar para amar

Não maltrate quem gosta de você
Goste de quem gosta de você
Cuide bem de quem ama você
Carinhos e cuidados para quem os tem com você

Saiba cultivar, cuidar do seu amor, para o manter
Porque não existe bem querer,
Que não definhe sem amor receber
Pois amor se cultiva com amor, para florescer

Paixão sem calor é chama sem fervor
Que se apaga nas águas do desamor
Assim como o amor sem cuidados, sem atenção
Sufoca sem respirar afeição

Tudo muda, tudo passa
Inclusive o amor, sem inspiração
Amar é principalmente dar
Ser sempre amado, é sempre amar

Sem amor o coração morre de inanição
Sem o fogo das caricias
Se apagam as chamas da paixão
Sem o calor não perfuma a flor
Sem cuidados não há perpetuação

Amor é afago para afeto
É beijo para carinho
É abraço para cuidado
É atração para desejo
É paixão para atração
É atenção para respeito
É cuidado para cultivo
É sol para o calor
É felicidade na reciprocidade
É dar para perpetuar
É receber para florescer
É amor de coração para coração!!!

(A.D.)

sábado, 28 de julho de 2007

Coração

Coração

Ai, coração, e agora, o que faço?
Você bate tão de mansinho, quase não o ouço.
Tão baixinho, tão escondido, não te sinto.

Estou de volta a minha solidão.
Ela sorri e me abraça.
É tão frio seu abraço, tão vazio,
E tão cheio de nada.

Chove, coração. Está ouvindo?
Até parece que a natureza adivinha,
Ela é sabia, pois traduz o que estou sentindo.

Pois as lágrimas que verti por dentro.
Estão lá fora, inundando o mundo.

De repente, quem sabe, a chuva que agora ouço.
Pode servir de cobertor, aos solitários, aos sem ninguém.

E que, por terem a solidão como companheira.
E não terem ninguém com quem compartilhar-se.
Sentem mais que muita gente, sentem mais profundamente.

E agora, coração?
Quem vai ouvir o meu grito?
E entender o meu pranto?

Não existe mais o acalanto.
Não existe mais o aconchego.
Não existe mais o ombro amigo.

E agora, coração, o que faço?
Sou forte, mas também sou criança!!!

(A.D.)

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Contemplo


Contemplo

Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.

O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.

Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?


autor: Fernando Pessoa

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Caminhada


Caminhada

Sei que na minha caminhada tem um destino e uma direção, por isso devo medir meus passos, prestar atenção no que faço e no que fazem os que por mim também passam ou pelos quais passo eu.
Que eu não me iluda com o ânimo e o vigor dos primeiros trechos, porque chegará o dia em que os pés não terão tanta força e se ferirão no caminho e se cansarão mais cedo.
Todavia, quando o cansaço houver, que eu não me desespere e acredite que ainda terei forças para continuar, principalmente quando houver quem me auxilie.
É oportuno que, em meus sorrisos, eu me lembre de que existem os que choram, que, assim, meu riso não ofenda a mágoa dos que sofrem: por outro lado, quando chegar a minha vez de chorar, que eu não me deixe dominar pela desesperança, mas que eu entenda o sentido do sofrimento, que me nivela, que me iguala, que torna todos os homens iguais.
Quando eu tiver tudo, farnel e coragem, água no cantil, e ânimo no coração, bota nos pés e chapéu na cabeça, e, assim, não temer o vento e o frio, a chuva e o tempo.
Que eu não me considere melhor do que aqueles que ficarão atrás, porque pode vir o dia em que nada terei mais para minha jornada e aqueles, que ultrapassei na caminhada, me alcançarão e também poderão fazer como eu fiz e nada de fato fazer por mim, que ficarei no caminho sem concluí-lo.
Quando o dia brilhar, que eu tenha vontade de ver a noite em que a caminhda será mais fácil e mais amena; quando for noite, porém e a escuridão tornar mais difícil a chegada, que eu saiba esperar o dia como aurora, o calor como bênção.
Que eu perceba que a caminhada sozinho pode ser mais rápida, mas muito mais vazia.
Quando eu tiver sede, que encontre a fonte no caminho, quando eu me perder, que ache a indicação, a seta, a direção.
Que eu não siga os que desviam, mas que ninguém se desvie seguindo os meus passos.
Que a pressa em chegar não me afaste da alegria de ver as flores simples que estão a beira da estrada.
Que eu não perturbe a caminhada de ninguém.
Que eu entenda que seguir em frente faz bem, mas que, às vezes, é preciso ter-se a bravura de voltar atrás e recomeçar e tomar outra direção.
Que eu não caminhe sem rumo.
Que eu não me perca nas encruzilhadas.
Que eu não tema os que assaltam-me, os que embuçam.
Que eu vá onde devo ir e, se eu cair no meio do caminho, que fique a lembrança de minha queda para impedir que outros caiam no mesmo abismo.
Que eu chegue, sim, mas, ainda mais importante, que eu faça chegar quem me perguntar, quem me pedir conselho, e acima de tudo, me seguir, confiando em mim!

(A.D.)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O Amigo Mais Querido Do Mundo


O Amigo Mais Querido do Mundo

Não se entristeça. O presente esta tão perto, no entanto você não o alcança.
Dê um sorriso!
Você representa a essência da vida e ninguém, além de você mesmo, pode te entristecer.
Existem várias pessoas esperando, aquele seu sorriso e alegria. Existem várias pessoas querendo lhe transmitir todo espírito de paz existente e todos eles querem te fazer sorrir.
Lembre-se sempre que você pode não ter sido importante para um reles indivíduo que teimou em acreditar que é mais humano que os outros, que tinha fé na ousadia, que pensava, tão somente, em usar e abusar de sua paciência, de seu carinho, de seu amor.
Porém, a sua importância cresce e se multiplica no coração de seus verdadeiros amigos.
Dê um sorriso!
Retire a mágoa e o ódio de seu espírito, pois eles ainda são uma ligação sua para um mundo que não te pertence, não te pertence porque esse mundo não te merece. Você é mais que esse mundo, e sua força é maior que todo sentimento frustrado que sentiu.
O amor é uma força constante; morre para uns, nasce para outros e quando nasce em pessoas erradas o choque é pior que a desilusão, mas quando a vítima é uma pessoa forte e querida como você, o peso da decepção é subjugado, pois é isso que esperamos de você.
Dê um sorriso!
Acredite que, enquanto um te menospreza, vários ainda te prezam e tem fé na sua grande vontade de viver.
Hoje queria somente que sorrisse, mas queria que esse sorriso fosse diferente, que tocasse mais o íntimo de teu ser. Que mexesse com tuas tristezas e trouxesse para fora muitas alegrias que desde muito estão depositadas em teu coração. Sei que não é difícil arrancar um sorriso verdadeiro de você,e hoje queria te ver desvairar-se de alegrias!
Ontem muitas tristezas podem haver te machucado. Amanhã, quem sabe?
Tenho certeza que será sempre cheia de alegrias e felicidades. Mas hoje não há tristeza, e nem deve ter, e que o momento presente seja a única ocasião que temos para viver plenamente a vida.
Dê um sorriso!
Hoje queria cantar uma linda canção para você, e queria que a entonação da música se transformassem em flores e que as palavras mais lindas, inspiradas pelo amigo, que é você, chegassem ao seu ouvido numa forma de carinho e sinceras felicitações.
Amigo (a), preciso de seu sorriso!
A amizade é o maior bem que a vida nos deu.
Retribua!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Para Quem Quer Aprender a Gostar


Para Quem Quer Aprender a Gostar

Talvez seja tão simples, tolo e natural, que você nunca tenha parado para pensar em aprender a fazer bonito o seu amor! Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito.
Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender. Tenho visto muito amor por aí. Amores bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva, mas esbarram na dificuldade de se tornarem bonitos. Apenas isto: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
Aí, esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados tão somente porque não sabem ser bonitos. Cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem; enchem-se de razões.
Ter razão é o maior perigo do amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, eqüidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão.
Nem queira, ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito?
De que está tirando o gosto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro, a maior beleza possível? Talvez não.
Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido da sua parte necessitada, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isto sofre e, sofrendo, deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança. E sem soltar a criança nenhum amor é bonito.
Não tema o romantismo. Derrube as cercas de opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama. Saia cantando e olhe alegre. Recomendam-se encabulamentos.
Ser flagrado gostando; não se cansar de olhar; olhar e não atrapalhar a vivência com teorizações, adiar sempre com beijos, "aquela conversa importante que precisamos ter"; arquivar as reclamações pela pouca atenção recebida.
Para quem ama, toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível. Quem ama bonito, não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.
Não teorize sobre o amor(deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como a criança de nariz encostado na vitrina cheia de brinquedos dos nossos sonhos).
Apenas ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora. Não tenha medo exatamente de tudo que você teme, como: a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração; contar a verdade do tamanho do amor que sente.
Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, esperteza, atitudes subitamente eficazes (não é sábio ser sabido); seja apenas você no auge de sua emoção e carência , exatamente aquele você que a vida impede de ser.
Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo do natal infantil. Revivendo os carinhos que intuiu em criança. Sem medo de dizer eu quero, eu gosto, eu estou com vontade.
Talvez aí, você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo amor, ou amar fazendo seu amor bonito, sempre que ele seja a verdadeira expressão de tudo que você é e nunca conseguiu, soube, pôde ou possível ter.
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe com ele e suas definições. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você.
Ame-o suficiente para ser capaz de cuidar do amor e, só assim, pode fazer o outro feliz.

(A.D.)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Amor Maduro

Amor Maduro

Amor é privilégio de maduros
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais relvosa,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe.
Valendo a pena e o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência herdada, ouvida.
Amor começa tarde...

autor: Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Amor


Amor...
Sentimento puro captado por aqueles que o vivem.
No amor poucos sobrevivem a fortes experiências contidas neste sentimento.
Muitos se tornam em lamentos.
Muitos vivenciam sofrimentos, almas abatidas, desgastadas na dor na amargura do coração em descompasso.
Amor sentimento nobre que tantos o fazem pobre.
Quantos nas paixões se ferem, marcam suas vidas em lágrimas caídas, não correspondidas.
Quantos colocam uns nos corações dos outros sentimentos de responsabilidade e se retiram deixando dor e saudades.
Quantos marcam com ferro em brasa e se vão deixando sem socorro, almas sofridas, perdidas desiludidas.
Sentimento nobre de elevação, mas que muitos se aproveitam, brincam, iludem, e se vão ,esmagando sem piedade a dor daqueles do qual foram responsáveis pela paixão.
Se não puderes corresponder, jamais envolva alguém para trazer o sofrer.

(A.D.)

domingo, 15 de julho de 2007

Amor

Amor

Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É ter, com que nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

autor: Luiz Vaz de Camões

sábado, 14 de julho de 2007

Amar É Ser Feliz


Amar É Ser Feliz

Quanto mais envelhecia, quanto mais insípidas me pareciam as pequenas satisfações que a vida me dava, tanto mais claramente compreendia onde eu deveria procurar a fontedas alegrias da vida.
Aprendi que ser amado não é nada, enquanto amar é tudo.
O dinheiro não era nada, o poder não era nada.
Vi tanta gente que tinha dinheiro e poder, e mesmo assim era infeliz.
A beleza não era nada. Vi homens e mulheres belos, infelizes, apesar de sua beleza.
Também a saúde não contava tanto assim. Cada um tem a saúde que sente.
Havia doentes cheios de vontade de viver e havia sadios que definhavam angustiados pelo medo de sofrer.
A felicidade é amor, só isto. Feliz é quem sabe amar. Feliz é quem pode amar muito.
Mas amar e desejar não é a mesma coisa. O amor é o desejo que atingiu a sabedoria. O amor não quer possuir. O amor quer somente amar.

autor: Hermann Hesse

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Amanheceu


Amanheceu...

O céu se fazia negro, mas não perdia a beleza, estrelas o adornava, brilhantes, organizadas. Manto de namorados, de preces, de sonhos, de insônias. Numa metamorfose natural, começou a dar lugar a uma claridade, pintado de nuanças várias.
Veio o primeiro azul, tímido. Veio o primeiro laranja, igualmente tímido. E veio o sol, rei, imperativo, único, de vida e luz! Testemunha dos que acordam cedo, dos que não conseguiram dormir, dos que retornam, dos que se vão. Vem sol!
Mais um dia começa, nele a esperança, de alegria, de recomeço, de mudanças, de entendimentos, de encontros, de livrar-se das velhas amarras, de liberdade!
O verde realça em seus vários tons. Tudo se aviva, e avivamos nós, como se em cada dia, pudéssemos ter a magia das boas novas, esperanças que não se vão, sonhos que nos impulsionam, que tanta força dão.
Hoje, um novo dia! Amanheceu lá fora, amanheceu dentro de cada um. E as fases vão mostrando a cara, velhas caras que sempre se apresentam novas, com humildade. Agora o sol está lá fora, brilhará por seu tempo, cederá o lugar outra vez à noite, à chuva, à nuvens. Seus substitutos vitalícios. E, cada um com seu encanto, mesmo com nossos desencantos, cumprem seu papel.
Mais um dia se fez. Amanheceu!!!!

autora: Jane Lagares

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Almas Perfumadas


Almas Perfumadas


Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o sapato pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco, juntinho ao nosso lado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.

(A.D.)

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Almas Gêmeas


Almas Gêmeas

Conta a lenda grega que Zeus teria criado um ser único em sua existência. Andrógeno se chamava e esse ser era infinitamente feliz, pois era completo. Era homem e mulher no mesmo corpo e assim tinha poderes incalculáveis. Foi a maior criação de Zeus, um ser completo, único a ser feliz no mundo mortal.
Porém um dia, os andrógenos estavam entediados por serem completos. Queriam e pensaram poder ter mais e então resolveram destronar Zeus. E se tornarem os primeiros mortais a ocuparem um trono divino. Só que Zeus facilmente descobriu que eles estavam escalando o Monte Olimpo. E então enfurecido pela traição, pelo não agradecimento, pensou em matá-los.
Porém, se os matasse quem o iria admirar aqui na Terra? Mas, eles teriam que pagar um preço pela traição.
Zeus pensou numa vingança, mas não uma vingança comum. Seria uma que valesse por toda a eternidade, por todas as gerações. Então Zeus deu-lhes o maior dos castigos que um mortal poderia suportar. Sem piedade separou-os ao meio, e assim Homem e Mulher, que antes habitavam o mesmo corpo e eram completos, dividiram-se pela eternidade e espaço afora.
Daquele dia em diante cada parte teria que arcar com o fardo mais triste do universo. O de procurar a sua outra metade e assim surgiu o Amor. Pois na caminhada difícil e longa de se encontrar a metade que nos completasse começou a existir a carência, os desejos, a tristeza. E a felicidade real quando se encontrava a metade de si que estava faltando. E para quem não encontrasse, o "castigo" seria um eterno procurar a metade que faltava, pois precisava dela para viver.
E assim, diria que o Amor é um estado de carência enquanto buscamos a outra metade. É um estado de solidão quando descobrimos que a outra metade pode estar longe demais, em qualquer parte do espaço. É uma busca sem direito ao cansaço, pois o Amor é mais que sexo. Pode ser um olhar expressivo, ou um sorriso único na multidão, ou pode ser ainda um beijo que jamais será igual. O amor é união absurda e completa e só quem já amou sabe.
Almas gêmeas quando se encontram, nem um outro poder gerado por mortais pode desunir, pois é uma união abençoada pelo Universo e por Zeus. A espera por ela é louca, pois esse é o preço que todos os mortais terão que pagar por não terem valorizado o que tinham, ofertado tão divinamente por Zeus, mas, a verdade é única, a sua metade existe sim.
O amor verdadeiro, nem o espaço, nem o tempo, nem a morte pode separar. E enquanto o mundo existir, estaremos a percorrer trilhas, chorar, cair e levantar. Continuaremos a procurar a verdadeira fonte de nossa existência, a nossa metade, a nossa alma gêmea.

(A.D.)

terça-feira, 10 de julho de 2007

Ainda Existe Uma Chance

Ainda Existe Uma Chance


Ainda existe uma chance...
Sim, ainda existe uma chance
Mesmo que distante
Mesmo que lá no fim do horizonte
Ainda existe uma pequena chance
Que me faça esquecer
Que você fez meu coração adoecer
Existe um fio que ainda não foi cortado
Um pavio que não foi de todo queimado
Um desvio que ainda não foi trilhado
Um carinho que ainda trago guardado
Podemos ao menos tentar um novo caminho
Um que não esteja cheio de espinhos
Nem sofrido, nem desgastado
Existe uma chance
Mesmo com o vaso quebrado
Com o cristal trincado
Com o vidro arranhado
Com o coração dilacerado
Existe um caminho em ruínas
Que vamos ter que reconstruir
Um sentimento que teremos que resgatar
Pra não submergir nesse mar
Um carinho sincero
Que ficou seriamente abalado
Um chão que me foi tirado
Um tesouro que me foi roubado
Um passado que me foi arrancado
Mas ainda existe uma chance sim
Mas preciso procurá-la
Tenho que encontrá-la
Escondida que deve estar
Em algum lugar
Em alguma esquina
Entre a sua tristeza e a minha
E o meu sorriso
Que estou lhe enviando
Que você vez por outra vê passando
Hoje é mentiroso
Triste e desgostoso
Hoje, não sei como recomeçar
Não sei mais pra quem
O meu sorriso sincero posso dar
Nem sei por onde, até você chegar
Faltam-me as palavras
E aquelas risadas
Falta-me vontade
Estou cansado
Triste, amargurado
Mas existe uma chance
Embora que muito distante
Preciso antes de tudo
Secar minhas lágrimas
Estancar um certo sangramento
E quem sabe um dia
Pedir o seu perdão
Por não ter aquele coração
Tão grande
Tão misericordioso
Tão aconchegante e gostoso
Que você imaginou
E por isso um pedaço dele amputou
Mas deve existir alguma chance
Em algum canto
Em nosso louvor
Porque afinal...
Ainda existe amor.

(A.D.)

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Afinidade

Afinidade

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. É o mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo para o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial. Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.
Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.
Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo. Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado. Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios. Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando é falar, jamais explicar; apenas afirmar.
Afinidade é jamais sentir por. Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo. Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidade vividas.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.

autor: Arthur da Távola

domingo, 8 de julho de 2007

A Urgência de Viver


A Urgência de Viver

"O que você fez HOJE é muito importante, porque você está trocando um dia de sua vida por isso.
Esperamos demais para fazer o que precisa ser feito, num mundo que só nos dá um dia de cada vez, sem nenhuma garantia do amanhã.
Enquanto lamentamos que a vida é curta, agimos como se tivéssemos à nossa disposição um estoque inesgotável de tempo.
Esperamos demais para dizer as palavras de perdão, que devem ser ditas para pôr de lado os rancores, que devem ser expulsos para expressar gratidão, para dar ânimo, para oferecer consolo.
Esperamos demais para ser generosos, deixando que a demora diminua a alegria de dar espontâneamente.
Esperamos demais para ser pais de nossos filhos pequenos, esquecendo quão curto é o tempo em que eles são pequenos, quão depressa a vida os faz crescer e ir embora.
Esperamos demais para dar carinho aos nossos pais, irmãos e amigos. Quem sabe tão logo será tarde demais?
Esperamos demais para ler os livros, ouvir as músicas, ver os quadros que estão esperando para alargar nossa mente, enriquecer nosso espírito e expandir nossa alma.
Esperamos demais para enunciar as preces que estão esperando para atravessar nossos lábios, para executar as tarefas que estão esperando para serem cumpridas, para demonstrar o amor que talvez não seja mais necessário amanhã.
Esperamos demais nos bastidores, quando a vida tem um papel para desempenhar no palco.
Deus também está esperando nós pararmos de esperar. Esperando que comecemos a fazer agora tudo aquilo para o qual este dia e esta vida nos foram dados.

É hora de VIVER!"

(A.D.)

sábado, 7 de julho de 2007

A Razão e A Emoção


A Razão e a Emoção

Ninguém jamais conseguiu explicar como foram criadas as almas gêmeas, mas eu me lembro bem dessa história. Estavam lá no céu, todas as almas, umas eram somente razão, outras somente emoção, duas filas distintas. Finalmente, chegou a minha vez de ser colocada em uma das filas. Olhei para ambas e me identifiquei com a da razão. Acontece, porém, que quando avistei você na da emoção, meus olhos brilharam, foi como se fosse um imã a me puxar. Aproximei-me do Criador e lhe disse:
-- Eu gostaria de ficar na fila da emoção, pode ser? ... é que existe uma doce alma por lá, que me encantou.
-- Está bem, falou-me Ele, você até poderá escolher seu lugar, mas antes quero lhe explicar algo, depois então você fará a sua opção.
"Existem almas que são gêmeas, tudo nelas é igual, a única diferença que eu coloquei foi a razão e a emoção, justamente para que elas possam se completar, é como se fosse um encaixe. Possuo uma grande percepção para distinguir as almas gêmeas e por isso entendi, que aquela que se encontra ali na fila da emoção é a sua (Ele falou apontando para você). Daí querer te colocar na da razão."
"Caso vocês fiquem juntas, o encanto das almas gêmeas se acabará, ao passo que se ficarem separadas, ele permanecerá. No entanto, devo lhe contar algo, as almas gêmeas, nem sempre se encontram, porém vivem sempre unidas pelo coração e por elas próprias. Por outro lado quando se encontram, jamais se separam, nem mesmo eu consigo executar esse afastamento."
Entendi naquele momento que a razão não sobrevive sem a emoção, e a emoção por sua vez, precisa da razão para viver.
Nesse instante fiz a minha escolha:
-- Prefiro a fila da razão!
Encaminhei-me para o meu lugar, me posicionei e nesse mesmo instante, você, que não tinha até então percebido a minha presença, olhou-me e sorriu! Hoje, eu sou a razão, você a emoção, eu te dou o chão e você me leva à lua. Hoje, eu entendo o que o Criador quis me dizer com: "...é como se fosse um encaixe." Hoje, eu sou a razão correndo atrás da emoção e você a emoção pedindo aos céus que eu possa pertencer a mesma fila que você.
Mas, o que que você não sabe é que fui eu mesma quem escolheu o meu lugar, só para ser a sua alma gêmea. O que você não sabe é que, mesmo antes de pertencer a qualquer uma das filas, eu já te amei. Quando voltarmos para o lado de lá, você há de entender tudo isso e se eu puder escolher uma das filas novamente, eu ainda vou querer ficar separada de você.
A única diferença é que escolherei a fila da emoção para sonhar como você sonhou e que você fique na da razão para entender como eu sofri!

autora: Silvana Duboc

sexta-feira, 6 de julho de 2007

A Primeira Vez

A Primeira Vez

Quando nós nos conhecemos
Num segundo percebemos
Que em nós dois
Tanta coisa poderia
Existir daquele dia
Pra depois
A impressão que eu sentia
Era que te conhecia
Há muito tempo atrás
A primeira vez
Que eu vi você
A primeira vez

Por aquele nosso encontro
Eu não sei por quanto tempo
Eu esperei
O lugar aonde fomos
E até mesmo o que falamos
Eu guardei

Era fim de madrugada
A chuva fina na calçada
Eu te segurei
A primeira vez
Que eu beijei você
A primeira vez

Outras vezes nós nos vimos
E em cada vez sentimos
Que o amor
Se excedia em cada beijo
E nos abraços o desejo
Explodia em nós

Numa noite inesquecível
Controlar foi impossível
Tudo aquilo a sós
A primeira vez
O amor se fez
A primeira vez

Acordávamos sorrindo
Cada vez era mais lindo
O amanhecer
Era tanta poesia
Transbordando em nossos dias
Que eu nem posso crer
Que naqueles dois amantes
Tanto amor não foi bastante
Pra evitar o fim
Você disse adeus
Tudo terminou
Na primeira vez

Você disse adeus
Tudo terminou
Na primeira vez

Você disse adeus
Tudo terminou
Na primeira vez

Você disse adeus
Na primeira vez

autor: Roberto Carlos

quinta-feira, 5 de julho de 2007

A Paz


A Paz

A paz que mora hoje em meu peito é tão diversa daquela que julguei um dia ter.
Quando somos mais jovens, menos experientes, julgamos que a paz é silêncio, repouso, uma vida sem problemas, sem stress.
Porém o tempo nos faz entender que paz também é movimento, trabalho, fé, esperança, consciência da missão bem cumprida, certeza de que pelo menos, tentamos fazer o melhor.
Paz é o som do riacho que passa, dos passarinhos que vem dizer bom-dia, das crianças que brincam num dia de sol.
Ter paz é sonhar acordado, permanecer sereno em meio ao desconsolo e à agitação.
Ter paz é não ter vergonha de sorrir, de chorar, de pedir, de agradecer.
Ter paz é ter força para continuar mesmo quando muitos te dizem para voltar, mas algo mais forte, dentro de você, diz que é preciso continuar caminhando para frente.
Levar a paz é muitas vezes levar alegria, consolo, mas outras tantas, é também dividir, debater, buscar novos modos de ver a vida, novas verdades, novos caminhos.
Buscar a paz é lutar sempre pelo amor, manter alma e coração leves, independente daquilo que o mundo apresenta ao teu redor.
Que a paz, a verdadeira paz, possa fazer sempre morada em nossos lares, nossas vidas, nossos caminhos.

(A.D.)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

A Nuvem e A Duna


A Nuvem e A Duna

Uma jovem nuvem nasceu no meio de uma grande tempestade no Mar Mediterraneo. Mas sequer teve tempo de crescer ali; um vento forte empurrou todas as nuvens em direção á África.
Assim que chegaram ao continente, o clima mudou: um sol generoso brilhava no céu, e embaixo se estendia a areia dourada do deserto do Saara. O vento continuou empurrando as nuvens em direção ás florestas do sul, já que no deserto quase não chove.
Entretanto, assim como acontece com os jovens humanos, também acontece com as jovens nuvens: ela resolveu desgarrar-se dos seus pais e amigos mais velhos, para conhecer o mundo.
-- O que você está fazendo? - reclamou o vento. O deserto é todo igual! Volte para a formação, e vamos até o centro da África, onde existem montanhas e árvores deslumbrantes!
Mas a jovem nuvem, rebelde por natureza, não obedeceu: pouco a pouco, foi baixando de altitude, até conseguir planar em uma brisa suave, generosa, perto das areias douradas. Depois de muito passear, reparou que uma das dunas estava sorrindo para ela. Viu que ela também era jovem, recém formada pelo vento que acabara de passar. Na mesma hora apaixonou-se por sua cabeleira dourada.
-- Bom Dia - disse - como é viver aí embaixo?
-- Tenho a companhia das outras dunas, do sol, do vento e das caravanas que de vez em quando passam por aqui. Ás vezes faz muito calor, mas dá para aguentar. E como é viver aí em cima?
-- Também existe o vento e o sol, mas a vantagem é que posso passar pelo céu, e conhecer muita coisa.
-- Para mim a vida é curta - disse a duna. - Quando o vento retornar das florestas, irei desaparecer.-- E isso lhe entristece?
-- Me dá a impressão que não sirvo para nada.
-- Eu também sinto o mesmo. Assim que um novo vento passar, irei para o sul e me transformarei em chuva; entretanto esse é meu destino.
A duna hesitou um pouco, mas terminou dizendo:
-- Sabe que, aqui no deserto, nós chamamos a chuva de paraíso?
-- Eu não sabia que podia me transformar em algo tão importante - disse a nuvem, orgulhosa.
-- Já escutei várias lendas contadas por velhas dunas. Elas dizem que, após a chuva, nós ficamos cobertas de ervas e de flores. Mas nunca saberei o que é isso, porque no deserto chove muito raramente.
Foi a vez da nuvem ficar hesitante. Mas logo em seguida, tornou a abrir seu largo sorriso:
-- Se você quiser, eu posso lhe cobrir de chuva. Embora tenha acabado de chegar, estou apaixonada por você, e gostaria de ficar aqui para sempre.
-- Quando lhe vi pela primeira vez no céu, também me enamorei - disse a duna - mas se você transformar sua linda cabeleira branca em chuva, terminará morrendo.
-- O amor nunca morre - disse a nuvem - Ele se transforma; e eu quero lhe mostrar o Paraíso.
E começou a acariciar a duna com pequenas gotas; assim permaneceram juntas por muito tempo, até que um arco-íris apareceu.No dia seguinte, a pequena duna estava coberta de flores. Outras nuvens que passavam em direção á África, achavam que ali estava parte da floresta que andavam buscando, e despejaram mais chuva. Vinte anos depois, a duna havia se transformado num oásis, que refrescava os viajantes com a sombra de suas árvores. Tudo porque, um dia, uma nuvem apaixonada não tivera medo de se doar com amor.

autor: Paulo Coelho

terça-feira, 3 de julho de 2007

A Mágoa


A Mágoa

Você é do tipo que se magoa fácilmente? Pois saiba que a mágoa é um sentimento que se origina do amor-próprio.
Normalmente nos magoamos quando alguém é desleal conosco ou quando alguém age de forma contrária àquilo que desejaríamos.
Há pessoas que se magoam pelas coisas mais insignificantes, - que para elas se tornam super importantes - como quando um amigo esquece de lhe telefonar no dia do seu aniversário ou quando não são convidadas para determinado "programa" com os colegas de trabalho ou, até mesmo, quando algum conhecido passa por elas pela rua e não as cumprimenta.
O melindroso sempre encontra justificativas para se magoar. Ele está invariávelmente certo e os demais, segundo seu conceito, injustificávelmente mal intencionados. Esse é um comportamento que torna muito difícil o convívio.
Quem é que se sente à vontade com alguém que pode se ressentir ante a mais sutil contrariedade?
Essa é uma das desvantagens de quem é muito suscetível. Mas não é a única! A mágoa é como um ácido que corroe o frasco que o contém!
Gera estado patológico de humor, pois o melindrado sente uma necessidade enorme de demonstrar o seu descontentamento.
Por isso, às vezes uma pessoa está bem humorada mas quando se aproxima de quem a magoou, muda radicalmente de conduta, para deixar bem claro de que está ressentida.
Tais condicionamentos doentios, desequilibram as emoções e produzem efeitos inclusive sobre o organismo físico estimulando o aparecimento de disfunções nervosas, problemas de digestão, dores de cabeça, etc.
Além disso, para quem acredita, espíritos desencarnados em estado de depressão podem vir a se ligar à mente da pessoa, que, não raramente, se compraz na mágoa. Não se deixe abater pelas decepções da vida. Magoar-se não vai resolver problema algum; pelo contrário, vai agravá-lo mais ainda.
Não se esconda por detrás dos argumentos de que: "Não tem sangue de barata" ou de que "Não é capacho de ninguém". Coragem e dignidade se mostram com equilíbrio dos sentimentos.
Mas você não precisa fingir que não vê o mal que lhe fazem! Basta compreender que quem faz o mal o faz para si mesmo.
Ademais, tocar a vida com nobreza e esportividade é uma maneira muito mais inteligente de revelar o seu amor-próprio.
Pense que: A mágoa injustificada nubla a face da tua alegria.
Agasalhando-a, concedes o tempo precioso à argumentação íntima, desnecessária, que te agasta em combate inútil.

(Pensamento do livro: Repositório de sabedoria - Verbete: Mágoa.)

segunda-feira, 2 de julho de 2007

A Doce Canção

A doce canção

Pus-me a cantar minha pena
com uma palavra tão doce,
de maneira tão serena,
que até Deus pensou que fosse
felicidade - e não pena.

Anjos de lira dourada
debruçaram-se da altura.
Não houve, no chão, criatura
de que eu não fosse invejada,
pela minha voz tão pura.

Acordei a quem dormia,
fiz suspirarem defuntos.
Um arco-íris de alegria
da minha boca se erguia
pondo o sonho e a vida juntos.

O mistério do meu canto,
Deus não soube, tu não viste.
Prodígio imenso do pranto:
- todos perdidos de encanto,
só eu morrendo de triste!

Por assim tão docemente
meu mal transformar em verso,
oxalá Deus não o ausente,
para trazer o Universo
de pólo a pólo contente!

autora: Cecília Meireles

domingo, 1 de julho de 2007

A Cor da Lágrima


A Cor da Lágrima

Porque a lágrima não tem cor?
Enquanto chorava, me pus a pensar.
Se fosse vermelha como sangue,
As minhas vestes poderiam manchar.
Se a lágrima fosse amarela,
A cor da alegria,
Expressar tristeza
Jamais poderia
Se fosse azul,
A cor da serenidade,
Eu não choraria jamais.
Seria só tranqüilidade.
Se fosse branca,
Como pétalas de rosas,
Não seriam lágrimas...
Mas pérolas preciosas.
Ainda mais uma vez
Fiquei me questionando...
Porque a lágrima não tem cor?
Se ela fosse preta
Só expressaria o horror?
Porque será que a lágrima não tem cor?
A lágrima não tem cor...
Porque nem sempre exprime dor.
E se ela fosse roxa, como poderia
Expressar a alegria?
As lágrimas não têm cor
Porque são expressões da alma
Quando o espírito está chorando
O coração diz: tenha calma!
Se a lágrima tivesse cor
Deveria ter a cor do amor
Ou mesmo a cor da paixão
Que as vezes invade o coração.
Ou talvez a cor da tristeza
Que abala a alma e tira a calma
Mas faz em meu ser uma limpeza.
Se a lágrima tivesse cor
Poderia ser vermelha como o sangue.
A lágrima não tem cor.
Porque ela nos aproxima do nosso Criador.
Se a lágrima tivesse cor
Eu só iria chorar de alegria.
Mas, e a lágrima da saudade?
De que cor ela seria?
E a lágrima da decepção,
De que cor seria então?
Se a lágrima tivesse cor
Deveria ter a cor de um brilhante
Como a lágrima é preciosa
Deus deu-lhe a cor do diamante.

(A.D)

sábado, 30 de junho de 2007

A Competência do Coração


A competência do coração!!

O coração não sente ciúme. O coração só ama. Quem sente ciúme é o cérebro. Por isso se diz que o ciúme é coisa da cabeça da gente. O ciúme é um sentimento tão pérfido que não cabe no coração.
O ódio também é detonado pelo coração, ao contrário do que muito já se disse. O ódio também vem do cérebro. Por isso é que se diz que estamos com a cabeça quente. O coração só ama. Ternura vem do coração. Tolerância vem do coração. Bondade só vem do coração.
Quando alguém trai a quem ama ou estima, é porque o coração foi superado na luta que ele mantém contra os outros órgãos.
Não existe mau caráter original. O caráter só será mau quando o coração não tiver influência sobre ele. E será bom quando o coração o tiver envolvido.
Tanto prova que é corrente a expressão "mau caráter". Mas nunca se ouviu dizer "mau coração".
Porque no coração só cabe coisas boas. A lixeira do homem está em outras partes, algumas bem notáveis do seu corpo. No coração não cabe nem um "argueiro".
O coração é a parte nobre do corpo humano, todas as outras são plebéias, porque se conspurcam. A benção sai do coração, o impropério salta do cérebro. Saudade nasce do coração, rancor vem do cérebro.
Quem dispara a lágrima é o coração. Quem dispara o revólver é o cérebro. E sempre travará a luta, descrita pelos filósofos, entre o cérebro e o coração.
E o incrível é que nesta luta, vença quem vencer, a razão sempre está com o coração. Quando enfrenta o coração, o cérebro perde a razão. "E o coração tem razões que a própria razão desconhece". Razão só tem aquele que tiver coração. Coração só tem aquele que mostrar boa razão.
O cérebro é, portanto, um mero rival do coração. E o homem se corrompe quando o cérebro toma o lugar do coração.
Eu às vezes amo tanto que penso que tenho dois corações, o segundo no lugar do cérebro. Sem cérebro eu enlouqueço de tanto amar, porque só o cérebro pode travar a corrida alucinada do coração para o amor. Daí que quem pensa não ama, e quem ama não pensa.
Se o destino tiver que escolher entre me avariar o cérebro e o coração, que me preserve o coração e dane-se o cérebro. Mil vezes ser um encefalopata do que um cardiopata. Prefiro vegetar como um idiota, mas tonto de amor.

autor: Paulo Sant'Anna

sexta-feira, 29 de junho de 2007

A Chave da Felicidade


A Chave da Felicidade

A chave da felicidade pertence a qualquer pessoa que vê nas pequenas coisas como a vida é bela e boa.
Mudanças das estações, a natureza formosa, as horas douradas do verão ou uma tarde chuvosa.
A música que há no riso, a beleza que há na verdade, a sabedoria da idade, a inocência da mocidade, sonhos que o coração teceu. O ir em frente sem temor, o avançar e o ajudar.
Com orações que são ouvidas e respondidas com amor, os laços de amor que abraçam nossa família, nossos amigos.
A nova chance que nasce, a cada manhã brilhante. A vontade de acertar cada dia mais que antes.
A mão de alguém para segurar, a promessa que cada dia traz.
A chave da felicidade está em coisas assim. Simples demais!
Gente com essa visão positiva. Como você, como eu. Que vêem o bem nos outros e buscam o que é verdadeiro. E você toca os corações, com esse dom que possui, de enxergar a verdade.
Sua visão maravilhosa, da verdadeira felicidade. A felicidade é encontrada pelo caminho e não no fim da estrada. Que o amor sempre faça nosso coração sorrir de felicidade. E que a esperança em nós, faça com que os nossos sonhos se tornem realidade.

(A.D.)

quinta-feira, 28 de junho de 2007

A Caixinha do Amor


A caixinha do amor

Quando eu era pequenina na cidade grande, uma pessoa muito especial me contou uma história mais ou menos assim:

"O amor é como uma caixinha, onde se coloca e se tira. Quando se dá amor, se tira da nossa caixinha e coloca na caixinha do outro. Quando se recebe amor, se tira da caixinha do outro e coloca na nossa."

Acho que essa foi a melhor explicação que já recebi até hoje do amor.
Se você só recebe e não dá, a caixinha lota e ninguém mais consegue te dar amor.
Se você só dá, chega uma hora que acaba o seu.
Por isso, na vida é importante dar e receber amor.
Nem sempre aquele que recebe de nós é o que nos dá.
Nem sempre damos de quem recebemos.
Mas sempre estamos fazendo troca e reciclando o nosso estoque de amor.
Não deixe sua caixinha esvaziar, nem deixe sua caixinha lotar.
Saiba dar e saiba receber. Coloque amor em tudo que faz, desde o acordar até o dormir, no trabalho, no trânsito, em casa.
As coisas, os detalhes feitos com amor têm outro sabor, tanto para quem faz como para quem recebe.
Coloque amor no seu sorriso pela manhã.
Coloque amor no "Bom Dia" animado.
Coloque amor nos detalhes do dia. Coloque amor nas pequenas coisas, e nas grandes também.
E você verá que sua vida será cheia de realizações, sucesso, alegrias, coisas boas e amor.
Lembre-se de que a felicidade só depende de nós e viva melhor!!!
(A.D.)

quarta-feira, 27 de junho de 2007

A Cada Toque


A cada toque

Permita que a existência o leve,que o perfume de uma flor adoce seu dia, que o frescor da manhã renove seu ânimo e que a simples presença de quem quer que seja possa dar-lhe um pouco de paz, um pouco da realidade amorosa que o Criador desejou para você.
Permita confiar na sua intuição, aprender o perdão, andar sem medo pelas curvas amorosas da compreensão.
Dar a si próprio o cuidado, o apreço, o amor que tanto seu ser necessita e que tanto merece.
O pequeno muitas vezes depende da sua vontade, mas o grande não depende de você, depende do Criador.
Por isso, solte suas amarras e vá ao encontro das coisas que podem realizar sua satisfação, sua alegria em viver, doando-se a cada instante ao que vai em seu coração, a cada toque...
(A.D.)

terça-feira, 26 de junho de 2007

A Arte de Ser Feliz


A arte de ser feliz

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magrose meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

autora: Cecília Meireles

segunda-feira, 25 de junho de 2007

A Alma dos Diferentes


A Alma dos Diferentes

Ah, o diferente, esse ser especial! Diferente não é quem pretenda ser.
Esse é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.
Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errados para os outros.
Que riem de inveja de não serem assim. E de medo de não agüentar, caso um dia venham a ser.
O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição. O diferente nunca é um chato. Mas é sempre confundido por pessoas menos sensíveis e avisadas.
Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias, adiadas; esperanças, mortas.
Um diferente medroso, este sim, acaba transformando-se num chato. Chato é um diferente que não vingou.
Os diferentes muito inteligentes percebem porque os outros não os entendem. Os diferentes raivosos acabam tendo razão sozinhos, contra o mundo inteiro. Diferente que se preza entende o porquê de quem o agride.
Se o diferente se mediocrizar, mergulhará no complexo de inferioridade. O diferente paga sempre o preço de estar - mesmo sem querer - alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores.
O diferente suporta e digere a ira do irremediavelmente igual, a inveja do comum, o ódio do mediano. O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão, mas que está sempre certo. O diferente começa a sofrer cedo, já no primário, onde os demais, de mãos dadas, e até mesmo alguns adultos, por omissão, se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial em aleijão e caricatura.
O que é percepção aguçada em: "Puxa, fulano, como você é complicado". O que é o embrião de um estilo próprio em: "Você não está vendo como todo mundo faz?" O diferente carrega desde cedo apelidos e marcações os quais acaba incorporando.
Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.
Diferente é o que vê mais longe do que o consenso. O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber. Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno, agridem e gargalham.
É o que engorda mais um pouco; chora onde outros xingam; estuda onde outros burram. Quer onde outros cansam. Espera de onde já não vem. Sonha entre realistas. Concretiza entre sonhadores. Fala de leite em reunião de bêbados. Cria onde o hábito rotiniza. Sofre onde os outros ganham.
Diferente é o que fica doendo onde a alegria impera. Aceita empregos que ninguém supõe. Perde horas em coisas que só ele sabe importantes.
Engorda onde não deve. Diz sempre na hora de calar. Cala nas horas erradas. Não desiste de lutar pela harmonia. Fala de amor no meio da guerra. Deixa o adversário fazer o gol, porque gosta mais de jogar do que de ganhar.
Ele aprendeu a superar riso, deboche, escárnio,e consciência dolorosa de que a média é má porque é igual.
Os diferentes aí estão: enfermos, paralíticos, machucados, engordados, magros demais, inteligentes em excesso, bons demais para aquele cargo, excepcionais, narigudos, barrigudos, joelhudos, de pé grande, de roupas erradas, cheios de espinhas, de mumunha, de malícia ou de baba.
Aí estão, doendo e doendo, mas procurando ser, conseguindo ser, sendo muito mais.
A alma dos diferentes é feita de uma luz além. Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os pouco capazes de os sentir e entender. Nossas moradas estão tesouros da ternura humana.
De que só os diferentes são capazes. Não mexa com o amor de um diferente. A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois...

autor: Artur da Távola

terça-feira, 12 de junho de 2007

Love


Love

Love
Love is real
Real is love
Love is feeling
Feeling is love
Love is wanting
To be loved
Love is touch
Touch is love
Love is reaching
Reaching is love
Love is asking
To be loved
Love is you
You and me
Love is know-ow-ing
We can be
Love is free
Free is love
Love is living
Living is love
Love is needing
To be loved


autor: John Lennon



quinta-feira, 7 de junho de 2007

Amor e Liberdade


Amor e Liberdade

Você vê uma borboleta e a toma em suas mãos, vê sua beleza e a coloca no seu coração.
Desejando mantê-la consigo, você fecha as mãos em torno dela, com receio de que voe e se vá.
Com grande alegria você pensa: "agora posso tê-la para sempre".
Logo a alegria se vai, pois a beleza da borboleta já não é mais a mesma. Parte de sua beleza era a sua liberdade!
A borboleta sente-se traída. Alguma coisa cruel afastou-a de sua liberdade. Em pânico, ela se debate para libertar-se, apenas fazendo você apertá-la mais forte.
Percebendo como a borboleta deve estar se sentindo, você abre suas mãos. Ela voa novamente para longe, agradecida por sentir-se livre outra vez.
Você, então, pensa em palavras que há muito havia esquecido:
Se você ama alguma coisa, deixe-a livre.
Se voltar, é sua.
Se não voltar, nunca foi.

(A.D.)

terça-feira, 29 de maio de 2007

Estação das Perdas



Estação das Perdas

Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: As perdas do ser humano.
Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos. Começamos a vida em perda e nela continuamos.
Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. Ele nos acolhe, nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói. E continuamos a perder e seguimos a ganhar.
Perdemos primeiro a inocência da infância. A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas por que alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair. E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar.
Por que? Perguntamos a todos e de tudo. Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás. Estamos crescendo.
Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer.
Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros. Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos, mesmo quando algo nos é tomado contra a vontade. Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres. Assim, se nossa tia às vezes nos parece gorda tememos dizer-lhe isso. Receamos dar risadas escandalosamente da bermuda ridícula do vizinho ou puxar as pelanquinhas do braço da vó com a maior naturalidade do mundo e ainda falar bem alto sobre o assunto. Estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros. E aprendemos.
E vamos adolescendo, ganhamos peso, ganhamos seios, ganhamos pelos, ganhamos altura, ganhamos o mundo. Neste ponto, vivemos em grande conflito. O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos - ah! os sonhos!!! Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo. Aí, de repente, caímos na real!
Estamos amadurecendo, todos nos admiram. Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados. Perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo.
Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima (?) dos outros animais? A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado?
E continuamos amadurecendo, ganhamos um carro novo, um companheiro, ganhamos um diploma. E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer. Mas perdemos peso!!!
Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos-lhe aquele beijo estalado, mas apertamos as mãos de todos. Ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade. E assim, vamos ganhando tempo. enquanto envelhecemos. De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso. e perdemos cabelos. Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir. perdemos a esperança.
Estamos envelhecendo.
Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo. Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede.
Que a gente cresça e não envelheça simplesmente.
Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie.
Que tenhamos rugas e boas lembranças.
Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia.
Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos.
E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados.
Afinal, o que é o tempo?
Não é nada em relação a nossa grande missão.
E que missão!
Que missão? Não uma pregressa...
Mas a que você acaba de decidir tomar nas mãos!
(A.D.)

sábado, 12 de maio de 2007

Dia Das Mães


Origem do Dia das Mães

A mais antiga forma de celebração da maternidade pode ter sido as celebrações de Réia, a mãe de todos os deuses, na antiga civilização grega. Em Roma, o festival que mais se assemelhava ao Dia das Mães era dedicado a Cibele, também considerada mãe dos deuses. As cerimônias em sua homenagem duravam três dias, numa festa conhecida como "Hilaria".
No século 16, a Inglaterra comemorava o chamado "Domingo da maternidade" no quarto domingo da Quaresma.
Nessa época, a maioria dos jovens de baixa renda da Inglaterra trabalhava como serva para a população rica e, como seu emprego ficava muito longe de suas casas, viviam na casa de seus empregadores.
No domingo das mães, eles tinham folga e eram encorajados a ir para casa, passar o dia com suas mães.
Com a disseminação do cristianismo na Europa, o nome da comemoração mudou, e passou a honrar a "Mãe Igreja", um poder espiritual que dava a vida e protegia a todos. Com o passar do tempo, as duas
comemorações foram conjugadas e esse domingo passou a honrar tanto as mães como a Igreja.
Nos Estados Unidos, Anna Jarvis é a idealizadora do feriado. Em 1907 ela começou uma campanha para instituir o Dia Nacional das Mães. Ela conseguiu que a pequena cidade de Grafton, na Filadélfia,
celebrasse o Dia das Mães no segundo aniversário da morte de sua própria mãe, Anna Reese Jarvis.
No ano seguinte, a comemoração se espalharia por toda a Filadélfia. Logo, Anna e seus colegas de causa começaram a escrever para padres e políticos de todo o país, na tentativa de nacionalizar a comemoração.
Em 1991, eles conseguiram o que queriam, e o Dia das Mães foi celebrado em quase todos os Estados norte-americanos. Em 1914, o presidente Woodrow Wilson fez um comunicado oficial, proclamando o Dia das Mães como feriado nacional, a ser celebrado sempre no segundo domingo de maio.
O cravo, flor favorita da mãe de Anna Jarvis, tornou-se o símbolo das mães, após ter sido usado na celebração de 1907 em Grafton. Os cravos brancos significavam a pureza, doçura e eternidade do amor de mãe. Com o tempo, os cravos brancos tornaram-se símbolo da mãe que já faleceu, enquanto os vermelhos representam a mãe viva.

O dia das mães no mundo:

Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca, EUA, Finlândia, Itália, Japão, Turquia e outros: 2º domingo de maio
África do Sul: 1º domingo de maio
Argentina: 2º domingo de outubro
Espanha e Portugal: 8 de dezembro, dia em que se homenageia a Virgem Maria
França e Suécia: último domingo de maio
Índia: início de outubro
Iugoslávia: 2 semanas antes do Natal
Líbano: 1º dia da primavera
Noruega: 2° domingo de fevereiro