sábado, 28 de julho de 2007

Coração

Coração

Ai, coração, e agora, o que faço?
Você bate tão de mansinho, quase não o ouço.
Tão baixinho, tão escondido, não te sinto.

Estou de volta a minha solidão.
Ela sorri e me abraça.
É tão frio seu abraço, tão vazio,
E tão cheio de nada.

Chove, coração. Está ouvindo?
Até parece que a natureza adivinha,
Ela é sabia, pois traduz o que estou sentindo.

Pois as lágrimas que verti por dentro.
Estão lá fora, inundando o mundo.

De repente, quem sabe, a chuva que agora ouço.
Pode servir de cobertor, aos solitários, aos sem ninguém.

E que, por terem a solidão como companheira.
E não terem ninguém com quem compartilhar-se.
Sentem mais que muita gente, sentem mais profundamente.

E agora, coração?
Quem vai ouvir o meu grito?
E entender o meu pranto?

Não existe mais o acalanto.
Não existe mais o aconchego.
Não existe mais o ombro amigo.

E agora, coração, o que faço?
Sou forte, mas também sou criança!!!

(A.D.)

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